quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Clementino Moura - O mestre da sanfona


Um pouco sobre o forró:

O Forró , na verdade, são vários gêneros musicais do nordeste brasileiro. Possui origem mestiça. Entre os vários ritmos diferentes que são comumente identificados como Forró destacam-se o Baião, o Coco, o Rojão, a Quadrilha, o Xaxado e o Xote.
Possui semelhaças tanto com o Toré e o arrastar dos pés do índios quanto com os ritmos binários portugueses e holandeses, com o balançar dos quadris dos africanos. A dança do forró têm influência direta das danças de salão européia.
O forró é especialmente popular nas cidades de Juazeiro do Norte, Caruaru, Mossoró e Campina Grande, onde é símbolo, no mês junho, da Festa de São João, e em algumas capitais do nordeste, como Fortaleza, Aracaju, Natal e Recife, onde são promovidas grandes festas que duram a noite toda. Forró também é a designação dada a estas festas que acontecem em casas de show.

A origem do nome:

O termo Forró, segundo o mestre potiguar Luis da Câmara Cascudo, notável estudioso das manifestações da cultura popular no Brasil, vem da redução da palavra forrobodó, que significa, além de arrasta-pé, farra, confusão, desordem. É freqüente associar-se a origem da palavra forró à expressão americana for all (para todos), como um anglicismo.
Para essa versão foi construída uma engenhosa estória: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir uma ferrovia, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, for all passaria a ser, no vocabulário do povo nordestino, forró (a pronúncia mais próxima). Outra versão da mesma estória substitui os ingleses pelos norte-americanos e o Pernambuco do início do século XX pela Natal/RN do período da II Guerra Mundial, quando uma base militar norte-americana foi instalada naquela cidade.

Clementino Moura:

O sanfoneiro CLEMENTINO MOURA DA SILVA, nasceu em Capistrano, interior do Ceará, no dia 14 de novembro de 1945, filho de Francisco Ozano de Moura e de D. Maria Carlota da Silva.
Teve quatro irmãos e desde cedo, por influência do pai, que tocava sanfona de 8 baixos e de dois irmãos, Tonho e Francisquinha, já mostrava inclinação para a música, sobretudo o forró pé-de-serra, xote e baião.
Músico autodidata, Clementino Moura ganhou sua primeira sanfona do pai, Francisco Ozano, no início dos anos sessenta, por ocasião de um aniversário em sua casa, quando teve a oportunidade de dedilhar o instrumento do tocador contratado para animar a festa.
Passou a acompanhar os solos de Luiz Gonzaga, Chico Justino, Zé Calixto e outros sanfoneiros da época através da Rádio Tupinambá de Sobral e de LPs.
Com a morte dos pais, Clementino Moura, ainda menor de idade, veio para Fortaleza, acompanhando uma caravana do Palhaço Garrafinha, que havia feito uma apresentação em sua cidade natal.
No início a dificuldade foi grande e até fome chegou a passar. Apresentava-se com os músicos da caravana aos finais de semana e diante das privações acabou por ir procurar a irmã Zezinha, que morava em Fortaleza, no Bairro Otávio Bonfim.
Chegou a ser evangélico e, em seguida, passou a fazer apresentações na Praça do Ferreira e em circos pela capital interior, ao lado de um grupo musical.
Esteve em São Paulo, onde no Forró do Zé Nilton, na Mooca, e no Forró do Pedro Sertanejo, conheceu Dominguinhos, Oswaldinho, Zé Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, que exerceram grande influência em sua carreira.
Em Fortaleza, depois de muitos anos, após conhecer bem a cidade, foi taxista. Em 1974, ingressou na Polícia Militar do Ceará, onde por muito tempo, integrou a banda de música da corporação. Tocou com o irmão, Otílio Moura, também músico, com quem fez apresentações na capital e interior do Ceará e inclusive chegou a gravar um CD.
Sobre o forró que hoje está em evidência, o chamado forró eletrônico, criado por Emanoel Gurgel, Clementino Moura diz que não há muita qualidade e que as bandas acabam por ser repetitivas demais. “Hoje todo mundo canta”, afirma o sanfoneiro, porém sem talento e qualidade. “Para o músico saber cantar tem que ouvir muito um Jackson do Pandeiro”, complementa em seguida.
Sobre o futuro do forró autêntico, genuíno, Clementino Moura diz haver muito sanfoneiro bom e que a nova geração deverá dar prosseguimento a arte de tocar sanfona, inclusive destacando uma orquestra de sanfona criada no Ceará.
Em relação à pirataria no mercado de CDs, Clementino Moura, diz haver mercado para todo mundo, inclusive em seus shows vende os CDs com seu trabalho e arrecada uma boa importância. Vende e faz sua divulgação.
Jamais chegou a receber direitos autorais por suas composições devido ao excesso de burocracia. A Ordem dos Músicos, segundo ele, é outra entidade que cobra dos associados ou não-associados e não presta uma assistência de qualidade.
A diferença entre Sanfona e Acordeon é que, na primeira, se tem o fole de botão, e no Acordeon se tem o teclado. No sul do país, tudo é chamado de gaita.
Clementino Moura já dividiu o palco com Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Maestro Chiquinho, Adolfinho, Zé Calixto, Geraldo Correia, e outros. Ao longo de sua carreira, gravou 3 LP’s e 9 CD’s e faz apresentações aos finais de semana, de quinta à domingo, na capital e interior do estado.



Trabalho em equipe

Um comentário:

Unknown disse...

esse cara é o de sanfoneiro ou acordeonista que o brasil merece porque sabe tudo sobre forró já cantei com alguns safoneiro quando eramais jovem mas gostaria muito de cantar um jakcson do pandeiro um luiz gonzaga com um mestre como clementino moura e olha que descubri esse cara talentoso por acaso na internet e assisti seus videos no yotube parabens por favor se for possivel gostaria de ter seus cds me diga onde encontro?